No meio de uma nova crise das grandes economias, o Brasil vem demonstrando força no setor industrial, mesmo após decréscimo de 0,4% registrado entre agosto e setembro (dado revisado), o nível de atividade na indústria registrou aumento em outubro. A atividade paulista no mês, com o Indicador do Nível de Atividade (INA), elaborado pela Fiesp/Ciesp e divulgado nesta terça-feira (30), avançou 0,5% na comparação com setembro (séries com ajuste sazonal).
Entre as variáveis que compõem o índice, o total de salários reais e a média dos salários reais (com crescimento de 2,5% e 2,4%, respectivamente) puxaram para cima o resultado do INA de outubro. Por outro lado, o total de vendas reais (-0,5%) foi a única variável computada pelo índice que registrou recuo mensal.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) da indústria paulista, por sua vez, fechou outubro em 82,8%, expansão ante o valor de 82,2% apurado em setembro e o nível de 81,3% contabilizado em outubro de 2009.
Na série sem ajuste sazonal, o INA permaneceu praticamente estável em relação a setembro (recuo de 0,1%). Mesmo assim, o período de janeiro a outubro acumula alta de 11,0% sobre o mesmo período do ano passado. A Fiesp/Ciesp acredita que o INA encerrará 2010 com um crescimento próximo a 10,0%.
Expectativa
A pesquisa Sensor, que aponta a perspectiva dos empresários em relação ao cenário econômico do mês corrente, mostra que a atividade paulista persiste em processo de crescimento, porém com menor ímpeto.
O Sensor geral passou de 52,6 para 51,4 pontos na passagem de outubro para novembro. Os itens mercado e vendas sofreram queda no período (ao passarem de 52,1 para 46,7 pontos e de 51,8 para 48,3 pontos, respectivamente).
Os demais itens que compõem o Sensor Geral ficaram estáveis no período em análise, mas em níveis positivos (acima de 50,0 pontos). Exceção feita aos estoques (que fecharam em 45,0 pontos) cuja metodologia explicita que valores abaixo de 50,0 pontos significam nível abaixo do planejado.
Governo Federal anuncia prorrogação da redução do IPI sobre setor de materiais de construção
O Governo Federal confirmou nesta segunda-feira (29) a prorrogação da redução do IPI para materiais de construção até o fim de 2011. O anúncio foi feito pelo Ministro da Fazenda Guido Mantega, na sede da Fiesp/Ciesp, em almoço com empresários do setor.
Assim, estende-se por mais um ano a medida, que orginalmente teria validade até o dia 31 de dezembro de 2010. Com essa prorrogação, os setores relacionados à construção civil projetam continuidade no crescimento de suas vendas em 2011, já que, de acordo com a Abramat (Associação Brasileira de Materiais de Construção) crescerão 19,78% em 2010.
A própria Associação considera que a redução do IPI e a expansão do crédito imobiliário foram fundamentais para tal expansão, que colabora com o forte crescimento do emprego em todo o setor de construção, concomitantemente com aumento do PIB no setor.
Expectativas em queda reduzem a confiança da indústria em 1,1%
Foi divulgada nesta terça-feira (30) pela FGV a Sondagem Industrial relativa a novembro de 2010. O documento mostrou que o Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou de 114,0 pontos em outubro para 112,7 pontos neste mês (série com ajuste sazonal), o que representa um declínio de 1,1%. Porém, na comparação anual, o ICI continua em terreno positivo, ao registrar crescimento de 2,9%, ainda que em um patamar inferior à variação de 6,3% contabilizada em outubro.
O ICI é composto por dois indicadores e ambos declinaram na passagem de outubro para novembro. O Índice de Situação Atual (ISA) apresentou recuo de 0,3% no período (de 115,1 para 114,7 pontos), mas o destaque negativo ficou por conta da queda de 1,9% no Índice de Expectativas (IE), que passou de 112,9 pontos há um mês para 110,7 agora.
A pesquisa ainda mostrou que o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) da indústria nacional no mês de novembro foi de 84,5% na série com ajuste sazonal. O resultado é 0,3 ponto percentual superior aos 84,2% de outubro e 1,6 ponto percentual superior aos 82,9% de novembro de 2009.
Vale notar que, de acordo com a metodologia da pesquisa, o patamar de 100 pontos indica o equilíbrio, enquanto valores acima representam otimismo e valores inferiores refletem pessimismo.
Inadimplência das empresas recua 3,4% em um mês
De acordo com divulgação da Serasa Experian desta terça-feira (30), o Indicador de Inadimplência das Empresas recuou 3,4% na passagem de setembro a outubro de 2010. Esta foi a maior queda mensal desde o início da série, em 2000. O resultado do acumulado do ano até outubro indicou melhora da inadimplência em 6,2%.
Na decomposição do índice, a inadimplência com os bancos se reduziu 2,5% entre outubro e o mês anterior. Os títulos protestados recuaram 4,7% e, os cheques sem fundo, 2,5%.
Na abertura por porte, as grandes empresas foram o destaque, com recuo de 13,6% na inadimplência mensal, enquanto as médias apresentaram recuo de 3,4% e, as pequenas, de 3,1%.
Economia Brasileira
fonte: Macro Visão Fiesp/Ciesp - SP, 02/12/2010
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